7/4/14
Por Herivelton Marculino
É um grande privilégio ser salvo por Cristo, maior ainda ser escolhido para uma obra específica, como pregar, por exemplo. O Blog Jovens ADA entrevistou um jovem assim - Caio Araújo.
1.
Quem
é Caio Araújo?
Tenho 18 anos, sou
estudante de Direito e Teologia, nascido em Caruaru e sempre residi aqui.
2.
Como é ser conhecido como pregador?
O fato de ser
conhecido não só como pregador, mas receber qualquer rotulação por parte das
pessoas é algo que merece muito cuidado. É muito comum, sermos identificados pelo
dom e não em por nossa personalidade. Corremos o risco de nos aproximarmos de
certas pessoas que pretendem estabelecer laços conosco não por uma afinidade
pessoal e emocional, mas instrumentalizando estes relacionamentos em favor de
seus anseios próprios, para gozarem da "popularidade". Creio que o
verdadeiro reconhecimento de que existe um dom de Deus em nós, deve surgir de
maneira espontânea, não com inveja, ressentimento ou admiração excessiva quase
que idolátrica. Os dons que Deus nos concede, sempre são concedidos em favor da
unidade e edificação do Corpo Universal de Cristo, a Igreja e não como uma
forma de autopromoção. Portanto, quando alguém nos reconhece como pregador,
cantor ou por algum outro ofício, na verdade este reconhecimento precisa vir de
Deus, ao ponto de ver em mim um instrumento de Deus para a edificação daquela
vida.
3.
Como
foi o seu encontro pessoal com Cristo.
Nasci em um ambiente
evangélico. A família de meu pai é pioneira na fundação da Assembleia de Deus
aqui em Caruaru, sendo meu tataravô o fundador. A família de minha mãe é
eminentemente católica, e com o divórcio de meus pais durante a infância,
frequentei ambas as igrejas. Até que conforme eu ia crescendo, fui me
aproximando mais da Igreja Evangélica e acabei ficando. Mas costumo dizer, que
durante vários anos, minha presença na Igreja foi somente física, a minha alma
ainda não estava ligada com Cristo em sua totalidade, o que veio ocorrer
somente em minha adolescência, quando adquiri uma maturidade espiritual maior e
tive certas experiências com Deus que me firmaram na Fé.
4.
Quais
experiências?
Sim, certa vez Deus falou comigo por meio de
uma profecia. Lembro-me que tinha 15 anos, e havia uma congregação bem pequena
próxima à minha casa e lá estava eu em um culto de domingo. Era aquele culto,
onde nossos olhos carnais não depositavam muitas expectativas: poucas pessoas,
a Igreja um pouco silenciosa, mas neste dia, ao final da mensagem, o pregador
chamou os irmãos para a frente do púlpito para fazer uma oração e lá estava eu.
Quando lá cheguei, ele desceu do púlpito, veio até mim e profetizou no nome do
Senhor, promessas que me abalizaram na Fé e servem de consolo e conforto para a
minha vida hoje. Outra experiência que me lembro, foi algo que considero um
milagre de Deus. Quando tinha 7 anos de idade, estava junto ao meu pai enquanto
o mesmo fazia alguns reparos no motor do carro e eu estava debruçado sobre o veículo.
Quando ele baixou o capô, que soltou de vez, não deu tempo de eu retirar a
minha mão e o capô do carro esmagou-a. O detalhe é que a minha mão não cabia na
fenda da lataria do carro e da abertura do capô, mas ao levantar o capô, minha
mão esta totalmente intacta e sem nenhum arranhão. Deveria ter tido meus dedos
decepados na hora, mas o Senhor teve misericórdia de mim.
5.
Você
é batizado com o Espírito Santo?
Eu ainda não sou
batizado no Espírito Santo, mas acredito que ser cheio do Espírito Santo vai
muito além de ser simplesmente batizado no Espírito Santo. Ser um jovem cheio
do Espírito Santo é demonstrar diariamente na vida, os frutos do Espírito
narrados por Paulo em Gálatas 5.22. Ser cheio do Espírito Santo, é justamente,
desfrutar de uma comunhão tão profunda com ele ao ponto de Ele preencher toda a
minha vida anulando o espaço da minha natureza própria. Ser um jovem cheio é
ser reconhecido pela identidade que Deus nos dá e não por nossos próprios
esforços ou por nossa autojustificação. Mesmo assim, devemos buscar o batismo
no Espírito Santo, como disse o próprio Jesus, a fim de "testemunhar dEle
até aos confins da terra", sempre vendo o batismo não como um fim em si
mesmo, mas como um meio e instrumento para crescimento e edificação do Reino de
Deus.
6.
Você
sente um chamado de Deus para a obra?
Sim. O Senhor já me
fez muitas promessas a respeito de minha chamada ministerial, promessas que às
vezes eu custo a acreditar que realmente tenham sido feitas a mim, por serem
lindas e maravilhosas. Eu nunca pedi para pregar, nunca nem sonhei com isso, literalmente
eu fui "chamado" por Deus para este ministério que Ele havia me
elegido para exercer desde o ventre de minha mãe, e quando o chamado é
puramente divino, mesmo diante das angústias e dúvidas que nos assolam em nosso
viver, estamos firmados na certeza de que "Fiel é o que vos chama..."
(I Ts 5.24).
7.
O que dirias a(o) jovem que tem o desejo de
pregar a Palavra de Deus?
Pregue! Desejo de
pregar é intrínseco a cada cristão, seja por palavras, por meio do testemunho
ou qualquer outro meio, nossa vida é o sermão que o mundo lê. Se Deus não lhe
chamou especificamente para o ministério da pregação não se entristeça, pois a Igreja
é um Corpo, e no corpo cada membro tem sua função e complementa a função do
outro. Orando pelo mensageiro da Palavra, você está participando
espiritualmente daquela pregação, vivendo uma vida santa e irrepreensível, você
está discipulando o teu próximo. Deixe com que a Graça que foi derramada em teu
coração transborde para os demais, sempre com espírito de amor, mansidão e
humildade como o Mestre. A chamada de Deus não está presa só aos púlpitos, a
chamada de Deus inicia-se no dia em que Ele "nos chamou das trevas para a
sua maravilhosa Luz". (I Pe 2.9). A partir daí, te tornas um evangelista,
um missionário, um pregador do Reino de Deus.
8.
Deixe uma mensagem aos Jovens ADA:
Como jovens, sabemos
as dificuldades, tentações e aflições que nos alcançam, mas estejamos certos
que Deus nos ajuda e sustenta no momento da prova da nossa fé (1 Co 10.13). Que
tenhamos a eternidade em nossa mente, e que com isso pensemos bem antes de nos
abraçarmos com as vaidades passageiras deste século.
Imensamente gratos somos a Denise pelo contato e a Caio pela boa vontade, que Deus permaneça abençoando-vos.
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