O internauta Jean, ao ler os artigos da série Coisas que a Bíblia não diz, fez-me a seguinte pergunta: “O Senhor Jesus possuía impulsos sexuais normais como nós, humanos, ou não os tinha por ser semelhante, e não igual aos homens?”
Nós, os seres humanos, somos tentados, e a nossa tentação provém de três fontes distintas: diabólica (o Diabo é o Tentador); mundana (as pessoas do mundo, os prazeres do mundo, etc.); e carnal. Ou seja, somos tentados de fora para dentro (Diabo e mundo), mas também a partir da nossa natureza pecaminosa, decaída, adâmica, carnal (Gl 6.19-21; Tg 1.14,15).
Deus dotou o primeiro casal (Adão e Eva) de livre-vontade, o que incluía a possibilidade de pecar. O que vemos em Gênesis 3.6? Eva desejando comer o fruto proibido, depois de ter sido instigada, seduzida, a fazer isso pela serpente. O que é isso, senão a combinação das tentações diabólica (de fora) e humana (do próprio coração)?
O Senhor Jesus é diferente de nós, que herdamos os efeitos nocivos da Queda; e é diferente de Adão, o primeiro homem. Por isso, a Palavra de Deus afirma que o primeiro Adão é terreno; Cristo, o último Adão, é celestial (1 Co 15.47). Como assim? A Bíblia não diz que Ele em tudo foi tentado? Sim, está escrito em Hebreus 4.15: “não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado”.
Nesse caso, Jesus foi submetido a todo o tipo de tentação humana? Não. E é aqui que surge a necessidade de valorizar a informação bíblica de que Jesus fez-se semelhante a nós, e não igual a nós. Essa informação é mencionada de modo direto no próprio livro de Hebreus — “Pelo que convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo. Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (2.17,18) — e também em Filipenses 2.6-8 e Romanos 8.3.
O Senhor Jesus, diferentemente de nós, não tinha o germe do pecado, e por isso só foi tentado por Satanás e pelo mundo. O Segundo Adão, ainda, diferentemente do primeiro, não era um ser criado, mas o próprio Deus encarnado (Jo 1.14).
E o próprio Deus encarnado não poderia pecar em hipótese alguma! Afinal, Ele nunca deixou de ser Deus! Jamais abriu mão de sua santidade como atributo perfeito em momento algum. O Segundo Adão não veio ao mundo para pecar. Ele veio ao mundo para buscar e salvar os perdidos (Lc 19.10). Não havia nenhuma possibilidade de o Senhor Jesus fracassar em sua missão. Ele, como Unigênito do Pai, o único do gênero (Jo 1.14; 3.16), incomparável, veio ao mundo, na plenitude dos tempos, para remir os que estavam debaixo da lei (Gl 4.4,5). A Bíblia não diz que Ele veio tentar salvar o mundo. Não! Ele veio para salvar o mundo. Ponto.
(...)
Espero ter contribuído para o aprendizado de todos.
Em Cristo, o Deus-Homem,
Ciro Sanches Zibordi
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