26/1/15
Por Irmã Judite Alves
Antes de você começar a ler esta postagem, faço uma sugestão: não desista da leitura, vá até ao final. O que está escrito aqui tem tudo a ver comigo e com você, então, prossiga.
Chegou um novo ano, e no começo do ano, precisamente na primeira semana, é o tempo das lojas, supermercados e comércios afins pararem para fazer balanço. Balanço significa verificar a situação de um fundo de comércio com o levantamento dos lucros e das perdas. Quando as empresas fecham para balanço, o fazem para calcular sua situação financeira em um determinado período. Na maioria dos casos, esse período compreende um ano de atividades. É de se esperar que, ao final do balanço, a situação real da empresa no que diz respeito a seus custos, benefícios e prejuízos sejam esclarecidas.
A estrutura de um balanço consiste em fazer o levantamento dos ativos (tudo o que empresa possui: bens, itens do estoque e aplicações financeiras) e dos passivos (são as obrigações financeiras da empresa: pagamentos que precisam ser realizados – o que a empresa deve). Com esses dados verifica-se o patrimônio líquido, que é exatamente a diferença entre os ativos e passivos. O que resta, ou a diferença entre ambos é o que a empresa verdadeiramente possui. Nem sempre o que a empresa apresenta ou aparenta é o que ela possui.
E o que tudo isso tem a ver conosco?
Primeiro, penso que todos nós temos a obrigação de, pelo menos uma vez ao ano, fazer um balanço de nossas vidas, de como estamos andando com Deus, como nossas palavras e ações têm agradado a Ele.
Os nossos ativos são tudo o que temos, os bens que possuímos: as riquezas espirituais concedidas a todo aquele que é sacerdote real, as bênçãos espirituais das quais Paulo falou em Efésios 1.3, bênçãos das regiões celestiais em Cristo; e os bens materiais e humanos, que são a família, o cônjuge, amigos, posses terrenas, etc.
Como está nosso saldo no que diz respeito às coisas espirituais?
Avaliemos a bênção da salvação. A Bíblia diz: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (Hb 2.3). Faça uma avaliação dos dons dados por Ele decorrentes da salvação, e veja as virtudes que devemos acrescentar cada vez que fechamos para balanço.
O apóstolo Pedro nos ensinou essa verdade: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas [o ativo], para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência a temperança, e à temperança a paciência, e à paciência a piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao amor fraternal a caridade. Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Pe 1.4-8). Aqui está nosso ativo espiritual.
Continue agora com os ativos na família: como você tratou seus familiares durante o ano? (Lembre-se: é um balanço!) Aqueles que vivem debaixo do mesmo teto com você e aqueles que vivem em outros lares, como sua mãe ou pai de idade, ou mesmo aqueles pais jovens, mas são seus pais e, portanto, precisam de sua atenção e cuidado. Como foi o tratamento com seu cônjuge? Deu o seu melhor? Se hoje você tivesse que seputá-lo (a) você se arrependeria de algo que pode fazer e deixou passar por orgulho, ou timidez, ou mesmo por outro motivo qualquer? Já pensou quantas oportunidades perdemos de dizer “te amo”, de abraçar ou dizer “você é importante para mim”? Como tem se dedicado aos filhos?
A vida é efêmera, é como a flor da erva, passando nela o hálito do Senhor deixa de existir (Is 40.7). Como você tem cuidado dos bens que Deus lhe deu? Com amor? Por mais humilde que seja sua casa, seus móveis, os utensílios da cozinha, os lençóis da cama, tudo o que temos foi que Deus nos deu, e devemos primar por eles, não desprezar o que Ele nos tem dado.
Os passivos são suas obrigações: como mãe, dona de casa, esposa, empregada, patroa, sua contribuição tem sido valiosa? Tem dado o melhor de si? Faz todas as coisas, como se ao Senhor fizesse? Como pai e marido, como o provedor e cabeça do lar, qual o seu saldo? É positivo ou negativo? E como filho(a), tem honrado os mandamentos do Senhor para sua vida? Tem deixado que o Senhor dirija os passos?
O que fica como patrimônio líquido de nossas vidas, diante dos diferentes papéis que desempenhamos? São perguntas que deixo para respondamos conforme nossa consciência. O resultado disso, por sua vez, leva-nos a suplicar a graça e misericórdia do nosso Pai, para que não nos encontremos em falta. Guarde no seu coração a passagem bíblica que diz: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas” (Fp 2.14) e “tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23).
O que temos recebido de Deus e a forma como usamos ou administramos esses dons forma nosso patrimônio líquido, e é o que realmente possuímos. O que somos não é o que aparentamos ser, mas é o que temos no nosso interior. Por isso mesmo, temos que fechar sempre para balanço, e quando o fizermos, oremos como Davi: “Ensina-me Senhor, o teu caminho e guia-me pela vereda direita…” (Sl 27.11).
Finalmente, diz Pedro: “Portanto irmãos, procurai fazer cada vez mais firmes a vossa vocação; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis” (2 Pe 1.10). Ainda não fechou pra balanço? Se precisar de ajuda, peça a Deus que Lhe dará e não lançará em rosto.
Meu abraço e tenha uma semana abençoada!
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