Quando eu tinha mais ou menos 15 anos, já cansada de brincar de levar a vida por levar, sem um alvo e sem um objetivo, fiz uma oração a Deus. Disse a Ele que queria usar a minha vida em função da Obra Dele. Disse que queria que a minha profissão fosse usada para ajudar pessoas e que eu pudesse sentir que Ele estava aprovando a minha vida. Mas como o jornalismo entra nesta história?
Dos 16 para os 17 anos chegou o tão esperado momento de fazer o bendito vestibular. Tinha chegado para mim a hora de escolher o curso que iria estudar por alguns anos, daí me formar e trabalhar na área. Mas qual área seria? Qual o curso? Eu ainda não sabia. Conversei com meus pais para ver se conseguiria ter uma luz, mas o meu pai queria que eu fizesse química industrial para trabalhar com ele na usina. Oh my God! Química? Nãaaaao. Nada contra a quem faz a área, mas não ia dar certo. Cálculo não é comigo! Falei com a minha mãe e ela sempre sábia me disse: Filha ore a Deus! Ele pode te mostrar. Foi daí que lembrei que tinha prometido a Ele que queria ser guiada por Ele. Fiz outra oração um dia antes de encerrar o prazo da inscrição e fui dormir. Sonhei que estava numa redação de jornalismo e que um chefe chegava para mim e dizia que eu teria que escrever uma matéria para uma revista evangélica. No sonho eu dizia a ele que eu não tinha condições de escrever. Ele me dizia que eu tinha que escrever e que eu sabia escrever, pois eu tinha estudado para isso. Eu relutava com ele afirmando que o texto não ia ficar bom, mas mesmo assim eu fazia o texto.
No mesmo sonho o tempo passou e esse chefe voltava para sala onde eu estava com uma revista nas mãos. Ele colocou a revista na mesa e disse para mim: “Eu disse que você iria conseguir. Olha aqui sua revista. A sua matéria foi escolhida para a capa.” Eu ‘arregalei’ os olhos e vi a revista com o título: SOU EVANGÉLICA SIM E SOU FELIZ por Élida Régis, jornalista. Eu não podia acreditar! Eu chorava de alegria quando acordei chorando também. Fui ao encontro da minha mãe e disse: “mainhaaaaa é jornalismo! Agora tenho certeza”. Ela, ainda sem acreditar, disse: “jornalismo? Mas o que faz um jornalista?”
Eu lembro que depois desse sonho, as pessoas que me perguntavam sobre o que eu iria estudar e quando eu dizia que era jornalismo, eles diziam que eu queria aparecer numa “PlimPlim” da vida, que na minha região/cidade eu não teria mercado de trabalho e que iria morrer de fome. Mas eu tinha certeza que, apesar das dificuldades eu iria conseguir, pois Deus estava comigo e com Ele não há perigo!
Com toda dificuldade, mas apoiada pela minha mãe e sem meu pai saber (pois ele não queria) eu fiz vestibular numa faculdade particular, passei, fiz a matrícula e iniciei as aulas no ano de 2006. Foram anos difíceis. Quatro anos ao todo de lutas e muito trabalho. Quem já faz faculdade sabe que quando você entra numa faculdade não é só você e sim o esforço de toda uma família e comigo não foi diferente. Por muitas vezes (muitas mesmo) vi a minha mãe se desdobrando numa máquina de costura e meu pai numa usina de cana-de-açúcar para no dia cinco de cada mês ter o dinheiro para pagar a mensalidade. Foram por quatro anos assim.
Aos que desejam enfrentar e estudar essa área ou outra, mas tem alguma dúvida, eu sempre digo: se você realmente acha que se identifica com alguma profissão, abra mão de outras coisas e invista em seus sonhos segundo a vontade de Deus.
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